quinta-feira, 24 de junho de 2010

COLONIZAÇÃO DAS AMÉRICAS - 2º ano B

Olá alunos.

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Abraços

A crise do Capitalismo - o Crack da economia americana em 1929

O filósofo e economista alemão Karl Marx, em sua famosa obra O Capital, já expunha que o sistema capitalista produziria suas próprias crises, fruto de suas contradições geradas em seu próprio seio. Antes, no passado, muitas crises econômicas foram geradas pela escassez de mercadorias, principalmente alimentos. Agora o capitalismo liberou de tal forma as forças produtivas, que são os excessos que geram as crises. O capitalismo, de tempos em tempos, mergulharia em sucessivas crises crônicas que levaria ao fim do próprio sistema.

Foi o que aconteceu com o famoso Crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em outubro de 1929, quando os preços das ações despencaram, levando a falência milhares de empresas e gerando um dos maiores índices de desemprego nos EUA da história.

Mas não podemos pensar que a crise se resumiu a este fato isolado. Na verdade foi uma conseqüência de todo um processo que se desenvolveu ao longo de toda a década de 1920. Para entender isso precisamos observar como ficou os Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial.

fonte 1: Cássio Diniz. fonte 2: suapesquisa.com


Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países europeus.

Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.

Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.

Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores.

A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.

A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc), conseguindo diminuir significativamente o desemprego. O programa foi tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funcionando normalmente.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Revolução Russa

No início do século XX, o Império Russo era o maior país do mundo. Cobria deste a Europa Oriental até a Ásia. Mas ao mesmo tempo era um dos países mais atrasados da Europa. Diferente do que ocorreu com outros países europeus, como a França, a Alemanha e a Inglaterra, na Rússia ainda não havia acontecido um desenvolvimento pleno do capitalismo.

Ainda prevalecia uma economia agrária, onde os camponeses eram ligados aos donos das terras (os latifundiários) ainda por laços de servidão, muito parecido com o sistema feudal. Somente nas principais cidades russas, como São Petesburgo e Moscou, que começou a desenvolver um parque industrial forte (surgindo aí uma burguesia pequena e um operariado grande). Mas para ambos, os camponeses e os trabalhadores urbanos (operários), a situação era de muito trabalho e de muita miséria.

O Império Russo na época era governado pelo czar (imperador) Nicolau II. Ele tinha poderes absolutos (lá ainda era um Estado Absolutista), onde a classe social privilegiada era a nobreza russa. Não havia parlamento, nem liberdade de opinião. Os partidos políticos eram proibidos e os inimigos políticos eram presos e mandados para a Sibéria. Diante do povo o czar era um grande opressor.

Os socialistas russos: Apesar do pequeno desenvolvimento econômico, no final do século XIX começou a surgir pessoas que se opunham ao regime czarista e também ao próprio sistema capitalista. Baseado nas idéias de Marx e Engels, muitas destas pessoas se tornaram socialistas. Isto é, desejavam transformar a sociedade russa em uma sociedade justa e igualitária (sociedade socialista).

Estes homens formaram então o Partido Social-Democrata Russo. Mas dentro deste partido havia opiniões diferentes. Uma ala (os mencheviques) defendia que a luta pelo socialismo deveria ser por dentro da ordem capitalista, isto é, participando de eleições, fazendo acordos com os burgueses, ajudando a desenvolver o capitalismo e somente depois, muito depois, fazer a transição ao socialismo (teoria de Bernstein). Já a outra ala (os bolcheviques) defendia que a construção do socialismo deveria ser realizada através de uma revolução, feita pelos trabalhadores e camponeses. Para eles as eleições não mudariam nada e os burgueses eram contrários ao socialismo e não cooperariam com esta transformação. Defendiam ao máximo a tese de Marx que a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores, e estes seriam liderados por um partido operário, que na verdade seria uma verdadeira organização revolucionária. Era necessário destruir o Estado Opressor (absolutista ou burguês) e construir um Estado Operário. (teses de Lênin)

1905: Neste ano ocorreu dois fatos importantíssimos. Primeiro foi a cisão do partido social-democrata. As diferenças entre seus membros eram muitos grandes. Desta cisão surgiram o Partido Menchevique, liderados por Martov e Plekanov, e o Partido Bolchevique, liderado por Lênin e apoiado por Trotsky.

O outro acontecimento foi a Revolução de 1905. Na verdade ela foi uma grande insurreição do povo russo contra o czar, revoltados com a miséria e com a exploração. Iniciado após a derrota russa perante os japoneses (Guerra Russo-Japonesa), a insurreição foi espontânea e desorganizada. Uma hora os marinheiros do encouraçado Potemkin se amotinaram. Outra o povo tomavam as ruas. A pressão era grande. O czar prometeu mudanças. Mas as promessas não foram cumpridas e houve muita repressão. A revolução havia fracassado. Para os bolcheviques, os trabalhadores ainda não estavam suficientemente maduros. Sua organizações, como os sindicatos e os soviets ainda não tinham força suficiente. Mas a partir desta experiência, eles poderiam aprender com os erros e se prepararem para uma próxima tentativa.

Os Soviets: Em russo soviet significa comitê ou conselho. Durante a Revolução de 1905, os trabalhadores, camponeses e soldados rasos aprenderam que era necessário se organizarem em comitês independentes. Estes comitês deveriam funcionar como verdadeiros instrumentos de poder em suas mãos. Qualquer um poderia participar de um soviet. Era só aparecer na assembléia e votar, erguendo a mão. Também poderia defender suas idéias e propostas, demonstrando todo seu caráter democrático.

Em 1917, em meio a crise do governo provisório, os soviets alcançaram um poder enorme. Muitos tinham força suficiente em seu bairros, alguns chegavam a controlar algumas fábricas. No exército, os generais aos poucos perdiam a autoridade. Os soldados votavam suas próprias decisões. Chegou ao ponto que em São Petesburgo, o soviet presidido por Trotsky tinha mais força que o próprio governo. Por isso que os bolcheviques propunham que o futuro governo dos trabalhadores fossem baseados na democracia direta dos soviets.

As revoluções de 1917: A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial estava sendo um desastre. A cada hora batalhas eram perdidas perante os alemães. Enquanto isso a miséria e a exploração aumentava cada vez mais. A revolta gerada foi tão grande que o povo saiu espontaneamente as ruas em fevereiro de 1917 para protestar e exigir a paz e o fim da miséria. Os protestos cresceram e ganharam força, até que a situação do czar ficou insustentável. Ele acabou caindo. O regime czarista e o Estado Absolutista caíra. Era a Revolução de Fevereiro. Mas quem governaria? Os burgueses (empresários e banqueiros) foram espertos e através de seus partidos assumiram o poder e instalaram um Estado Burguês (capitalista) sob regime democrático burguês (o chamado governo provisório). Também receberam o apoio dos mencheviques. Estranhamente manteram a Rússia na guerra.

A situação do povo não mudara e a revolta continuava. Os bolcheviques defendia a continuidade da luta. Era preciso aproveitar a pequena liberdade e organizar os sindicatos e os soviets à lutarem para tomar o poder. Os soviets ganharam muita força e poder. Em muitos casos o poder dos soviets ultrapassava o do governo. O clima era de tensão. Os mencheviques tornam-se maioria no governo e se comprometem a proteger os interesses burgueses e capitalistas (governo de Kerensky), mantendo tudo igual. Em junho ocorre uma insurreição fracassada e o governo joga a culpa nos bolcheviques. Ocorre mais repressões contra os trabalhadores.

Os trabalhadores foram as ruas construir seus próprios destinos

Em setembro há a tentativa do general Kornilov em dar um golpe de estado e implantar uma ditadura militar. O governo provisório, pede ajuda aos bolcheviques. Estes exigem que os trabalhadores recebam armas e montem suas próprias milícias. Lênin e Trotsky conclamam o povo a derrotar o general Kornilov, mas também a ficarem com o pé atrás com o governo. Graças aos trabalhadores organizados pelos bolcheviques, Kornilov foi derrotado, e mais um passo rumo a revolução estava dado. Em todos os soviets as idéias bolcheviques tornaram-se maioria. A proposta da tomada do poder e a construção do governo dos trabalhadores ganha força. Em outubro começa o Congresso dos Soviets de toda a Rússia em São Petesburgo (capital do país). Os bolcheviques apresentam a proposta da tomada do poder e a criação de um Estado Operário. A proposta foi aprovada por inânimidade.

A Guarda Vermelha (a principal milícia operária ligado ao partido bolchevique) ocupa a cidade de São Petesburgo e derrubam o governo provisório. Em seguida entrega o poder ao Congresso dos Soviets e Lênin anuncia o triunfo da Revolução e a instalação do Estado Operário, baseado no poder direto dos soviets dos operários, camponeses e soldados. Pela primeira vez na história da humanidade ocorria uma Revolução Socialista. Pela primeira vez na história a classe trabalhadora alcançava o poder de fato.

A construção do socialismo na Rússia/URSS

Em 7 de novembro de 1917 (outubro no calendário juliano) a Guarda Vermelha, o braço armado do Soviet de Petrogrado, formado por trabalhadores e soldados, derrubou o já falido governo provisório, e entregou o poder ao Congresso dos Soviets de toda a Rússia, que se reunia naquele mesmo dia. A tomada do poder foi saudada por todos os delegados representantes de todo o país e significava de fato a construção do primeiro estado operário da História, a República Soviética!

De imediato o novo governo, formado pelos soviets e sob direção política dos Bolcheviques (Lênin) criou os decretos da reforma agraria (o fim dos latifúndios) e da paz (saída da Primeira Guerra Mundial). Estatizou todos os bancos e garantiu o monopólio do Estado sob o comércio internacional. Ficou proibido aos atacadistas (empresários) especular o preço dos alimentos e as fábricas, apesar de continuarem sendo de seus proprietários no início (depois foram coletivizados), ficariam sob controle dos comitês de trabalhadores. Estava ocorrendo uma verdadeira revolução social.

Ao mesmo tempo, a burguesia não aceitou esta situação. Com apoio de outros países, que não queriam que este exemplo se espalhasse pelo mundo, formou-se o Exército Branco, com o objetivo de derrotar os trabalhadores. O novo governo se viu obrigado a entrar em guerra civil, criando o famoso Exército Vermelho, para defender a revolução. Ela duraria 3 anos.

Esta guerra teve conseqüências drásticas. Havia pouco dinheiro para sustentar um conflito. Os trabalhadores mais conscientes e participativos morreram em combate, abrindo espaço para uma pequena ala dos bolcheviques assumirem o controle do novo governo, os burocratas liderados por Stálin. Somando a isso, esperava-se que a revolução se alastrasse para os outros países, como a Alemanha, fato este que não ocorreu. Segundo Trotsky e Lênin, a vitória da revolução teria que ser mundial, e não apenas local.

Isolamento e guerra civil. Esta combinação comprometeria profundamente o caráter da nova República Soviética. Devido a guerra civil, a burocracia foi tomando cada vez mais o controle. Depois da morte de Lênin em 1924, Stálin assumiu o poder, expulsou Trotsky da Rússia, tirou o poder dos soviets e criou a ditadura de partido único. Isto é, assumiu plenos poderes por todo o país. A partir de então não era mais o socialismo idealizado por Marx ou Lênin, mas sim o que ficou conhecido por stalinismo.

Em 1922 a Rússia mudou o nome para União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Depois de uma série de planos econômicos planificados, como a NEP e os Planos Qüinqüenais, a URSS se desenvolveu bastante. Acabou-se a miséria, a fome, a desigualdade social e o desemprego. Mas Stálin tirou a liberdade e começou a perseguir seus inimigos políticos (processos de Moscou), e também fez surgir um setor social bastante privilegiado, os burocratas, que viviam as custas do aparelho estatal.

Durante toda as décadas de 20 e 30 ocorreu diversas tentativas de revoluções pelo mundo, mas Stálin não procurou ajudar estes trabalhadores, mas sim controlar estes processos, que acabaram fracassando. Espanha, Alemanha, França, China e Brasil são apenas alguns exemplos.