Em 7 de novembro de 1917 (outubro no calendário juliano) a Guarda Vermelha, o braço armado do Soviet de Petrogrado, formado por trabalhadores e soldados, derrubou o já falido governo provisório, e entregou o poder ao Congresso dos Soviets de toda a Rússia, que se reunia naquele mesmo dia. A tomada do poder foi saudada por todos os delegados representantes de todo o país e significava de fato a construção do primeiro estado operário da História, a República Soviética!
De imediato o novo governo, formado pelos soviets e sob direção política dos Bolcheviques (Lênin) criou os decretos da reforma agraria (o fim dos latifúndios) e da paz (saída da Primeira Guerra Mundial). Estatizou todos os bancos e garantiu o monopólio do Estado sob o comércio internacional. Ficou proibido aos atacadistas (empresários) especular o preço dos alimentos e as fábricas, apesar de continuarem sendo de seus proprietários no início (depois foram coletivizados), ficariam sob controle dos comitês de trabalhadores. Estava ocorrendo uma verdadeira revolução social.
Ao mesmo tempo, a burguesia não aceitou esta situação. Com apoio de outros países, que não queriam que este exemplo se espalhasse pelo mundo, formou-se o Exército Branco, com o objetivo de derrotar os trabalhadores. O novo governo se viu obrigado a entrar em guerra civil, criando o famoso Exército Vermelho, para defender a revolução. Ela duraria 3 anos.
Esta guerra teve conseqüências drásticas. Havia pouco dinheiro para sustentar um conflito. Os trabalhadores mais conscientes e participativos morreram em combate, abrindo espaço para uma pequena ala dos bolcheviques assumirem o controle do novo governo, os burocratas liderados por Stálin. Somando a isso, esperava-se que a revolução se alastrasse para os outros países, como a Alemanha, fato este que não ocorreu. Segundo Trotsky e Lênin, a vitória da revolução teria que ser mundial, e não apenas local.
Isolamento e guerra civil. Esta combinação comprometeria profundamente o caráter da nova República Soviética. Devido a guerra civil, a burocracia foi tomando cada vez mais o controle. Depois da morte de Lênin em 1924, Stálin assumiu o poder, expulsou Trotsky da Rússia, tirou o poder dos soviets e criou a ditadura de partido único. Isto é, assumiu plenos poderes por todo o país. A partir de então não era mais o socialismo idealizado por Marx ou Lênin, mas sim o que ficou conhecido por stalinismo.
Em 1922 a Rússia mudou o nome para União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Depois de uma série de planos econômicos planificados, como a NEP e os Planos Qüinqüenais, a URSS se desenvolveu bastante. Acabou-se a miséria, a fome, a desigualdade social e o desemprego. Mas Stálin tirou a liberdade e começou a perseguir seus inimigos políticos (processos de Moscou), e também fez surgir um setor social bastante privilegiado, os burocratas, que viviam as custas do aparelho estatal.
Durante toda as décadas de 20 e 30 ocorreu diversas tentativas de revoluções pelo mundo, mas Stálin não procurou ajudar estes trabalhadores, mas sim controlar estes processos, que acabaram fracassando. Espanha, Alemanha, França, China e Brasil são apenas alguns exemplos.
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